Djavaneando Lêdo - Lumeeiro faz chover a poesia de dois grandes ícones alagoanos
por Ludmila Monteiro e Rafaela Albuquerque, com supervisão da jornalista Andréa Moreira
Casa cheia no encontro entre os conterrâneos Lêdo Ivo e Djavan, ocorrido na segunda-feira, dia 30/7, no Maikai Choparia. Ricardo Cabús e Igbonan Rocha, acompanhados pela flauta e violão de Jucélio Souza e Altair Roque, foram os mediadores deste acontecimento, e entre os quatro artistas e uma plateia atenta, djavaneou-se lêdo. Mais uma vez, choveu poesia em Maceió.
A expectativa pelo resultado do casamento das obras de dois artistas alagoanos era comum à maioria dos presentes. “Finalmente eu encontrei um tempo para vir assistir,” disse a desembargadora Elisabeth Carvalho, que já havia recebido convites para outros eventos do Instituto Lumeeiro: “Eu sei que vai ser bonito, pelas pessoas que fazem, e pelas pessoas que vão dizer poesias do Lêdo Ivo, e fico muito feliz de estar aqui.”
A estudante de direito Karinny Guedes, 19 anos, chegou esperando uma união feliz: “Eu vi que ia ser Djavan, que eu gosto muito, e as poesias de Lêdo Ivo, que também acho muito interessantes. Achei uma combinação perfeita.” Ela ficou sabendo sobre o projeto Em Maceió chove poesia através da internet e convidou o grupo de amigas para prestigiar o evento.
Alguns jovens, como Liana Carvalho, 18 anos, vieram para assistir pela primeira vez um evento do gênero. E aprovaram o formato do Djavaneando Lêdo, que consideraram interessante e dinâmico: “Não ficou chato, apesar de ter mais leitura do que a interpretação das canções,” disse Liana. Na opinião dela, o repertório poético e musical agrada os fãs dos dois artistas homenageados e eventos como os do projeto são importantes para incentivar a valorização da cultura alagoana.
Protagonistas e frequentadores - Além dos recém-chegados, a segunda edição do Djavaneando reuniu velhos conhecidos no público, personalidades que há muito tempo prestigiam e participam do trabalho do Instituto Lumeeiro. “Eu tiro o chapéu e assino embaixo tudo que o Ricardo Cabús faz”, disse José Márcio Passos, ator e diretor do Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa).”Não é à toa que ele tem todo esse prestígio e reconhecimento: o trabalho dele é bom e todo mundo gosta. Eu, inclusive, gosto muito e procuro sempre participar”, conta José Márcio que, no evento, interpretou o poema ‘O gato do vigário’.
“Em se tratando da obra de Lêdo Ivo e Djavan, nas vozes de Ricardo Cabús e Igbonan Rocha, a gente não pode esperar nada além de maravilhoso”, disse a jornalista Gal Monteiro, entusiasta dos eventos do Instituto Lumeeiro. “Eu achei maravilhoso,” arrematou Adna Lopes, professora universitária. “porque eu adoro Lêdo Ivo, e Djavan também. Cantei, escutei... E venho aos outros.”
“Foi um desafio pra mim revisitar Djavan,” comentou Igbonan Rocha. Ele buscou as músicas que melhor se relacionassem com as poesias de Lêdo Ivo, selecionadas por Ricardo Cabús. Sucessos como "Alagoas", "Faltando um Pedaço" e "Meu Bem Querer" acompanharam as palavras do poeta sobre a cidade de Maceió, o amor, a morte e diversos outros temas.
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