Matéria pós-evento


Papelzinho no Varal: uma tarde para encontrar o mundo encantado da poesia

Entre poemas recheados de rimas, e cordas de um violão, crianças e adultos encontram divertimento e fantasia

 

O céu parecia não se decidir entre dar vez à chuva ou ao sol, a tarde estava nublada e o mar calmo. Pouco depois das 15h, Ricardo Cabús sobe ao palco do Panela de Chef, na praia de Ponta Verde, e decide dar vez à poesia, iluminando e agitando a tarde do outubro das crianças. E para compartilhar esse momento com todos, nada como abrir as leituras com O convite, de José Paulo Paes: “Vamos brincar de poesia?”.

As primeiras notas que pularam das cordas do violão de Geraldo Benson vieram da Casa, de Vinícius de Moraes. Não faltou nada para que as crianças entrassem na brincadeira e começassem a subir ao palco para declamar os poemas que estavam no sisal do Papelzinho no Varal. E era tanto a escolher: havia o Boa noite de Sidônio Muralha, As fases da lua de Sérgio Caparelli, O leão de Spike Milligan, era como se o mundo estivesse encantado pela poesia.

Versos em forma de música, conhecidos pelo universo infantil, também não faltaram. Depois que Se essa rua fosse minha foi tocada e acompanhada em coro pelo público presente, o palco foi aberto àqueles que quisessem trazer melodia à poesia, não tardou para que a pequena Sofia, de dois anos, entoasse O cravo e a rosa.

Enquanto a poesia ocupava o palco, a arte de Paulo Caldas dava ainda mais beleza às faces infantis, após o êxtase da leitura e das palmas.   



Tanto na plateia quanto no palco, havia criança de todas as idades, o esperto David da Silva foi acompanhado da tia Juliana Alves e disse que estuda poesia na escola, mas o que gosta mesmo é de “como se lê um poema”.

 

Enfatizando o trabalho das escolas com a poesia, a professora e escritora de literatura infantil, Marta Brandão, disse que o Papelzinho no Varal é “Algo encantador, nós precisamos de espaços em que as crianças possam tirar o melhor delas, ler, pensar, sonhar, reproduzir, interpretar. Isso tudo, a escola de hoje faz um trabalho interessante, porém é preciso a valorização desse sonho, dessa fantasia, que pode ser encontrado aqui. Por isso, o evento é maravilhoso.”


Gente grande também foi ao microfone, muitas mamães foram com seus pequeninos, que ainda precisavam de auxílio para ler. Entretanto, um trio chamou atenção: Maria, Adelaide e Clara, três gerações da mesma família fizeram a leitura de “A gaiola”, de “Maria do Carmo B. C. de Melo”, surpreendendo a todos.


Assim, sendo palco para reunir, trazer fantasias e tirar rimas do papel, o Papelzinho no Varal, em sua terceira edição, alegrou a tarde de domingo, fazendo sensível o maior objetivo do projeto Papel no Varal: levar “poesia de todo canto, poesia para todo mundo”.

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